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8 DE MARÇO - MULHERES AVANÇAM NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Ser minoria no setor, majoritariamente ocupado por homens, não intimida mulheres que

encontram na profissão formas de se posicionar na sociedade e realizar sonhos.


Neste 8 de março, o Dia Internacional da Mulher reflete, mais uma vez, importante premissa da luta feminina ao longo de mais de um século - ocupar espaços na sociedade. Na Engenharia, entre um milhão de profissionais inscritos no Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), 200 mil são mulheres. Entretanto, apesar da participação feminina na construção civil ainda ser pequena, vem crescendo ano após ano.


Eliane Mattos, 42 anos, executiva de Recursos Humanos na HSantos Empreendimentos, de Itapema, ressalta que cada vez mais mulheres conquistam seu espaço. “As empresas estão dando oportunidades para mostrarmos nossas habilidades. Apesar de não realizar algumas tarefas, ocupar algumas áreas é um avanço”, afirma Eliane. Há 12 anos atuando em uma construtora, ela avalia que os homens corroboram formas respeitosas de conviver com a presença feminina.


Para Izabel Cristina Albano Passos, 51 anos, diretora administrativa da Triad Construções e Incorporações, características como personalidade, delicadeza, habilidade, inteligência, criatividade e dedicação destacam as mulheres no mercado de trabalho.


“É impossível falar dos dias de hoje sem olhar para trás e lembrar da evolução da mulher no setor. Dividimos espaço com maestria entre os homens, em todas as funções, seja nas empresas ou obras”, afirma Izabel. Ela é fundadora da Triad, ao lado do marido Manoel Pereira dos Passos Neto, diretor de Engenharia. A empresa está há 25 anos em Itapema.



O caminho trilhado criou oportunidades para que a filha do casal, Manoela Cristina Passos Legarrea, 26 anos, se formasse em Arquitetura e Urbanismo. Hoje CEO da Triad, a profissional acredita que honrar o legado familiar e envolver-se em todas as etapas do empreendimento dão sentido à sua trajetória. “É incrível ver tudo que meus pais construíram juntos. É muito orgulho dizer que além de sócia, a Izabel é minha mãe. Seguir nesse caminho é uma responsabilidade e minha meta é atuar com excelência”, afirma Manoela.


EQUIDADE

Respeito é regra no caminho que conduz à igualdade de oportunidades independente de sexo. Flaviana Oliveira Souza, 35 anos, atua como auxiliar de limpeza na HSantos desde o ano passado. Dentre todos os desafios diários, ela considera que o maior é ser minoria. “São poucas mulheres, a maior parte dos trabalhadores são homens, então o respeito deve existir para ambos, assim como empatia e colaboração para um ambiente harmonioso”, afirma.


Embora haja respeito, a credibilidade ainda é buscada por mulheres envolvidas em postos de comando e tomada de decisão. A engenheira civil Daiany Magnabosco, 41 anos, atua na região de Itapema há cerca de 20 anos e conta que construir uma carreira de sucesso em um ramo profissional majoritariamente masculino exige profissionalismo e persistência.

“Todos os dias precisamos desempenhar atividades acima da média para que tenhamos credibilidade. Continuo nessa missão, hoje talvez com um pouco mais de facilidade, principalmente no relacionamento interpessoal. Temos habilidades e inteligência para todas as atividades que o homem realiza no canteiro de obras”, declara Daiany.


Como executiva de RH, Eliane ressalta a influência da construção civil na economia brasileira e acredita que o setor cria cenário fundamental para reforçar a equidade, de modo a construir um futuro igualitário. “Estamos abrindo caminho para que haja cada vez mais oportunidades para outras mulheres, e para que elas saibam que podem atuar profissionalmente entre os homens, sem desrespeito. Em meus anos de experiência, aprendi a ter firmeza com os colaboradores, que muitas vezes me veem como figura frágil, e são até mais velhos que eu”, afirma Eliane.


CANTEIRO DE SONHOS

O amor pela profissão é algo comum a todas as entrevistadas ouvidas pela Revista Construção. As histórias e trajetórias relatadas mostram que as mulheres hoje se posicionam no mercado de trabalho com firmeza, responsabilidade e atenção às pessoas. “Todos os dias saio para trabalhar com a certeza de que fiz a escolha certa, porque trabalho com sonhos, seja do colaborador, seja do cliente que comprou o imóvel. A maioria dos meus sonhos e planos estão dentro do canteiro de obras”, conta Daiany.


Izabel e Flaviana são exemplos de mulheres apoiadas pelos companheiros. O marido de Flaviana também atua na construção civil e, juntos, eles têm três filhos. Apesar da transformação dos contextos familiares e sociais, ainda há um caminho a seguir, no qual centenas de mulheres são precursoras. “Hoje o mercado é mais competitivo. Sempre haverá desafios, mas somos capazes de superá-los. Sem eles não há conquistas, não crescemos, não desempenhamos nossas habilidades e não mostramos nosso melhor papel, fazer arte e realizar sonhos”, finaliza Izabel.

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