A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou final de agosto mais uma edição do “Quintas da CBIC”, com o tema “Tendências da Indústria da Construção”. O evento, que serviu como prévia para o Constru Summit, debateu as inovações e os desafios futuros da construção.
O encontro foi mediado por Eduardo Aroeira, vice-presidente da CBIC, que trouxe questões importantes sobre o futuro da mão de obra na construção. Em sua fala, Aroeira expressou preocupações com o perfil dos trabalhadores do setor, destacando a necessidade de modernização e inclusão digital. “Embora haja uma pressão para reduzir a burocracia e realizar reformas tributárias, a questão fundamental é se conseguiremos melhorar nossas práticas sem mudar significativamente nosso modo de operar”, afirmou Aroeira. Além disso, destacou a problemática do envelhecimento da força de trabalho e a resistência dos jovens em ingressar na profissão, questionando como as novas tecnologias podem ajudar a atrair novos profissionais.
José Carlos Martins, presidente do conselho consultivo da CBIC, também contribuiu com suas observações, ressaltando a necessidade de adaptação da indústria diante das inevitáveis mudanças. “O que imaginamos como o futuro da construção está muito distante da realidade atual. A tecnologia avança, mas o trabalhador ainda enfrenta condições difíceis”, comentou. Martins usou um exemplo internacional para ilustrar como, apesar dos avanços, o cenário no setor de construção continua bastante desafiador.
Guilherme Quandt, Diretor de Estratégia e Mercado da Softplan para a Indústria da Construção, discutiu o impacto da tecnologia na evolução do setor. Segundo Quandt, há uma necessidade urgente de reinvenção devido ao envelhecimento da força de trabalho e ao aumento dos custos. “O custo da mão de obra superou o da matéria-prima em 2024, o que pode pressionar ainda mais o preço dos imóveis. A falta de adoção de tecnologias e o ambiente árido da construção estão afastando a nova geração”, explicou Quandt.
O jornalista e colunista Raul Juste, do UOL, trouxe uma perspectiva crítica sobre a produtividade no setor. Juste comentou sobre a discrepância entre a baixa produtividade no Brasil e as práticas internacionais. “O Brasil ainda tem um grande contingente de mão de obra pouco qualificada, e isso reflete na baixa produtividade. Em países desenvolvidos, o trabalhador da construção é bem remunerado e altamente qualificado. Precisamos enfrentar essa realidade e repensar nossas práticas”, observou Juste.
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